Palácio da Pena em Sintra: o que visitar e a sua história

A cidade de Sintra fica localizada na região de Lisboa e é conhecida pelas suas paisagens excepcionais, bem como pela sua história com: castelos no topo das colinas, palácios de contos de fadas e jardins exóticos.

É a partir do século XIII, que Sintra se torna o local de residência da corte portuguesa e da nobreza, devido à sua beleza natural e clima ameno. São vários os palácios e mansões que foram construídos na cidade nessa altura, incluindo o Palácio da Pena.

Desde 1995 que a cidade de Sintra é considerada Património Mundial da UNESCO, atraindo visitantes de todo o mundo, que vêm para explorar as suas maravilhas naturais e históricas.

Como chegar ao Palácio Nacional da Pena?

O Palácio da Pena fica localizado a cerca de 30 km de Lisboa, existindo várias formas de chegar até ao mesmo partindo da capital:

De carro: A forma mais rápida e conveniente de chegar ao Palácio da Pena a partir de Lisboa é de carro, através da autoestrada A37. O caminho está bem delineado, apresentando várias placas com direções até ao mesmo. No entanto, há uma desvantagem que é o estacionamento. Apesar de existir um parque de estacionamento disponível perto do local, nem sempre é fácil de achar um lugar, principalmente nos períodos de maior movimento.

De comboio: É possível apanhar o comboio com destino para Sintra, na estação do Rossio em Lisboa. A viagem demora cerca de 40 minutos. Ao chegar à estação de Sintra, pode apanhar o autocarro ou um táxi até ao palácio, ou se preferir pode ainda optar pela opção de ir a caminhar até ao mesmo, no entanto, deverá contar com uma subida íngreme que leva mais 40 minutos.

De autocarro: São vários os autocarros com destino até Sintra, com origem nos mais diversos locais. Ao chegar à paragem de Sintra, terá de apanhar o autocarro ou um táxi até ao palácio, ou se preferir pode ainda optar pela opção de ir a caminhar até ao mesmo, no entanto, deverá contar com uma subida íngreme que leva mais 40 minutos.

Numa excursão: São várias as empresas que oferecem excursões para o Palácio da Pena, através de Lisboa. Essas excursões geralmente incluem transporte e o bilhete para o palácio.

Entrada: Parque e Palácio da Pena

No dia em que visitámos o Palácio da Pena, havia bastante movimento, mas foi bastante rápido tanto para comprar os bilhetes como para entrar no parque/palácio.

O valor de entrada no Palácio da Pena é de 14 € por pessoa. Tem também a possibilidade de visitar apenas o parque, por 7,5€ mas neste caso não terá acesso ao palácio. Existem ainda bilhetes combinados de família, mas apenas podem ser usados para 2 adultos + 2 jovens. Pode consultar os valores no site dos Parques de Sintra.

Horário do PalácioHorário do Parque
Palácio abertura às 09:30 – fecho às 18:30
Último bilhete e última entrada 17:30 | 18:00
Parque abertura às 09:00 – fecho às 19:00
Último bilhete e última entrada às 18:00

Após passar o portão principal, para chegar até ao palácio ainda demora cerca de 15 a 20 minutos a caminhar (cerca de 525m). Se preferir economizar energia, poderá utilizar o transfer que efetua a viagem entre a entrada principal do parque e o Palácio Nacional da Pena, que tem um custo de 3€ ida e volta.

História do Palácio Nacional da Pena

Antigamente, o local onde se situa o Palácio Nacional da Pena, encontrava-se uma capela medieval dedicada à Nossa Senhora da Pena, até o Rei Manuel I, mandar edificar o Real Mosteiro de Nossa Senhora da Pena, que foi doado à Ordem de São Jerónimo.

Com o Terramoto em 1755, o mosteiro ficou praticamente em ruínas, mas continuou a manter a sua atividade durante quase cem anos, até que em 1834 se deu a extinção das ordens religiosas em Portugal e o mesmo foi deixado ao abandono. No parque ainda é possível encontrar-se vestígios dessa altura, como por exemplo a Gruta do Monge, local onde os monges praticavam o recolhimento

Foi dois anos mais tarde, que D.Fernando II, chega a Portugal, ao casar com a rainha D.Maria II e se apaixona por Sintra, adquirindo como sua fortuna pessoal o Mosteiro em ruínas, bem como toda a floresta que o envolvia. Inicialmente a ideia era reconstruir apenas o edifício para utilizar como residência de verão da família real, mas acabou por decidir construir o palácio.

Na sua construção, incorporou referências arquitectónicas de influência manuelina e mourisca e, no parque desenhou caminhos sinuosos que levam à descoberta de locais de referência ou de onde se desfrutam vistas notáveis: a Cruz Alta, o Templo das Colunas, o Alto de Sta. Catarina, a Gruta do Monge, a Fonte dos Passarinhos, a Feteira da Rainha e o Vale dos Lagos. 

Visita ao exterior do Palácio da Pena

Ao subir os 525 metros até ao cimo, o acesso ao Palácio da Pena faz-se através de um portal com o arco em ferradura e azulejos, inspirado na Porta da Justiça do Alhambra de Granada em Espanha, que nos leva até ao Terraço das Cocheiras.

Este terraço, inicialmente, foi construído para ser utilizado como um espaço que abrigava as cocheiras do palácio, no entanto, posteriormente foi transformado num terraço para fins de lazer.

Do lado direito, do Terraço das Cocheiras encontramos a Porta Monumental, com um brasão de armas do rei D. Fernando II. Esta é a entrada principal do palácio e é acessível por uma ponte levadiça.

A mesma apresenta uma grande variedade de elementos decorativos e ornamentais, sendo composta por uma série de arcos, colunas, estátuas e relevos esculpidos em pedra. Acima da Porta Monumental, há uma varanda decorada com esculturas de leões e deuses mitológicos.

Ao entrar na Porta Monumental irá deparar-se com uma rampa que o levará até ao Terraço do Tritão, onde marca a entrada no Palácio Novo.

O Tritão é um monstro mitológico meio homem, meio peixe. Tal como o monstro, o pórtico onde se insere está dividido entre os mundos aquático e terrestre. O mundo aquático encontra-se no piso inferior: o arco neogótico é decorado com corais que suportam três conchas, numa das quais se senta o Tritão.

Em cima passamos para o mundo terrestre, como se vê pela árvore que nasce da cabeça do Tritão, enquadrada por videiras que revestem toda a janela saliente que o monstro parece suportar.

Ao atravessar o túnel com o Tritão, chegará ao Pátio dos Arcos, onde se pode observar através dos mesmos a paisagem para o Oceano Atlântico e para a Serra de Sintra.

É através do Pátio dos Arcos que se chega à Capela, um dos destaques arquitectónicos do palácio. A mesma foi construída entre 1843 e 1845 e o seu interior é decorado com vitrais coloridos e azulejos. No altar-mor encontra-se a obra-prima do escultor Joaquim Machado de Castro, da Virgem com o Menino Jesus.

É possível ainda contornar o Palácio da Pena, através do Caminho de Ronda, que proporciona uma vista panorâmica espetacular do palácio e dos seus jardins.

Visita ao interior do Palácio da Pena

O interior do Palácio da Pena é uma verdadeira obra de arte, com uma decoração extravagante e um estilo arquitectónico único que combina elementos góticos, renascentistas e mouriscos.

O acesso ao interior do palácio é feito por uma entrada com uma escada dupla, onde podemos encontrar um busto em bronze de um homem barbudo, que representa uma importante personagem da história portuguesa: o explorador alemão Wilhelm Ludwig von Eschwege, responsável pela identificação e exploração de muitos recursos naturais em Portugal, incluindo a região de Sintra.

O acesso às salas do palácio faz-se através do Claustro Manuelino, uma das áreas mais impressionantes do palácio. Um espaço aberto, rodeado por uma galeria em arco que conecta as várias áreas do palácio.

A galeria é decorada com elementos em azulejo, enquanto o chão do pátio é revestido em pedra portuguesa e no centro do pátio, há uma fonte em forma de concha, associada ao Deus Tritão.

A primeira sala a que temos acesso durante a visita ao interior do palácio, é a Sala de Jantar e Copa. Esta sala foi projetada para ser funcional e para receber grandes banquetes e recepções da família real portuguesa.

É um espaço grandioso, com uma grande mesa de jantar e cadeiras de madeira. As paredes da sala são decoradas com painéis de azulejos e o seu teto é uma verdadeira obra de arte, decorado com o brasão real.

De seguida entramos nos Aposentos do Rei D.Carlos, que consistem em três salas principais: a Sala do Cisne, a Sala das Sereias e o Quarto de D. Carlos. A Sala do Cisne apresenta um grande lustre de cristal e um teto pintado com uma imagem de cisnes. A Sala das Sereias possui painéis de azulejos decorados com imagens de sereias e um grande espelho de moldura dourada. Já o Quarto de D. Carlos é um ambiente decorado em estilo renascentista, com uma cama ornamentada com dossel.

Após isso, fica o Quarto de D.Fernando II, responsável pela construção e restauração do palácio durante o século XIX. O quarto apresenta uma decoração com paredes revestidas de azulejos azuis e dourados e um conjunto de móveis requintados. O destaque do quarto é uma cama com dossel, bordado em ouro e prata.

D. Fernando, sempre pouco convencional, quebrou um antigo hábito da alta sociedade e partilhou o quarto de dormir com a sua companheira futura condessa d’Edla, com quem só casaria em 1869.

A visita ao interior do palácio segue-se até ao Quarto de Vestir de D.Amélia e a Sala de Chá. O Quarto de Vestir apresenta uma série de armários, prateleiras e gavetas, onde D. Amélia guardava as suas roupas e jóias. Além disso, o quarto também contém uma penteadeira, um espelho de corpo inteiro e uma poltrona.

Já o destaque da sala de chá é um conjunto de mobiliário em madeira entalhada e dourada, composto por uma mesa de chá, cadeiras e um sofá, todos decorados com estofos em seda rosa.

Na sala seguinte, encontra-se o Gabinete da Rainha, que apresenta uma decoração requintada, com móveis em madeira entalhada e dourada, bem como uma série de pinturas e objetos de arte. Destaca-se o teto abobadado, decorado com frescos que retratam cenas da mitologia clássica, bem como uma série de janelas e portas com vitrais coloridos que filtram a luz natural e criam um ambiente mágico e encantador.

Após isto encontramos mais três salas: a Sala de Visitas, a Sala Verde e a Sala de Fumo, até chegarmos ao Salão Nobre. O Salão Nobre apresenta uma decoração majestosa, com tetos altos e abobadados e as paredes cobertas com um papel de parede ricamente decorado. O chão é revestido com um belo mosaico e o espaço é decorado com uma série de objetos de arte, como esculturas em bronze e cerâmica, vasos e jarras em porcelana e cristal.

Um dos destaques do Salão Nobre é o imponente lustre de cristal, que domina o centro do espaço. O lustre é composto por centenas de cristais em cascata, que refletem a luz natural e criam um ambiente mágico e encantador.

Antes de chegarmos à última sala, passamos ainda pelos Aposentos de D.Manuel II, onde se destaca o mobiliário simples e elegante.

A última sala é a Cozinha, uma das áreas mais interessantes do palácio, pois é possível ficarmos com uma ideia de como era a vida quotidiana na época em que o palácio foi construído. A cozinha foi construída em uma área subterrânea e era utilizada para preparar as refeições diárias da família real e dos hóspedes do palácio. A cozinha está equipada com vários utensílios antigos, como panelas, tachos, fornos, grelhas e espetos de ferro.

Visita ao Parque do Palácio da Pena

O Parque do Palácio da Pena é um dos mais importantes e bonitos parques de Sintra, com mais de 200 hectares de área verde e jardins exóticos. O parque foi criado em meados do século XIX, quando o rei Fernando II adquiriu a propriedade da Pena e iniciou a construção do palácio e dos jardins.

Este é formado por uma grande variedade de espécies vegetais, algumas delas raras e exóticas, vindas de diferentes partes do mundo, como o Jardim dos Cactos, o Jardim dos Fetos e o Jardim das Azáleas. Há ainda lagos, riachos, pontes e miradouros que oferecem vistas panorâmicas deslumbrantes sobre a região de Sintra.

No parque também é possível encontrar várias caminhos que levam a diferentes pontos do parque, entre eles:

O Picadeiro, que foi foi construído em 1876, com o objetivo de servir como local para a prática de equitação e como espaço para a realização de eventos e festas da corte.

A Nora, que está localizada no pátio central e foi construída por volta de 1854. Esta é um exemplo da arquitetura típica dos poços de água do século XIX, com uma estrutura de pedra e uma roda dentada que era movida por animais para extrair água do poço. A água era assim canalizada para o sistema de abastecimento do palácio.

A Gruta do Monge, é composta por um conjunto de galerias e lagos artificiais, que são decorados com estalactites, estalagmites e outras formações rochosas.

O Templo da Colunas, que foi construído em 1840 pelo rei Fernando II. A construção é composta por quatro colunas coríntias que sustentam um teto em cúpula. A estrutura foi inspirada nos templos clássicos da Grécia e de Roma.

O Guerreiro, uma escultura de 1910, que representa um guerreiro medieval em posição de defesa, com uma espada na mão direita e um escudo na mão esquerda, que se encontra numa das colinas do parque do Palácio da Pena.

A Cruz Alta, localizada no topo da colina mais alta do parque do Palácio da Pena, foi Construída em 1863, como um ponto de observação e devoção religiosa. A mesma é formada por uma coluna de pedra com cerca de 20 metros de altura, que é coroada por uma cruz de ferro.

O Jardim das Camélias, uma das áreas mais encantadoras do parque do palácio, é um jardim romântico construído pelo rei Fernando II, que tinha uma paixão especial pelas camélias. O jardim é considerado um dos maiores e mais importantes da Europa, com mais de 500 espécies de camélias provenientes de todo o mundo.

O Vale dos Lagos, é uma área arborizada e tranquila, que abriga dois lagos artificiais. O lago maior tem uma pequena ilha no meio e uma ponte de pedra que o atravessa. O lago menor fica ao lado do lago maior e é rodeado por arbustos e plantas.

A Fonte dos Passarinhos, foi construída em 1929 e é considerada uma das atrações mais pitorescas do Parque da Pena. A fonte possui uma pequena queda d’água e é rodeada por uma vegetação exuberante.

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